10/03/2008

Pisando em ovos... um segundo tiro...

e tudo começa com um erro... e outro e outro... mas nunca um fim... talvez um fim pros erros... mas um fim temporário... todo mundo sabe que nada tem fim em tudo...

os erros dão graça aos acertos.... como diria Lulu santos em uma música (note a ausência das aspas... não vai por isso no google... interprete...) e os acertos depois demonstraram a boa intenção dos erros

apesar daquele momento constrangedor de "leite derramado", esqueçamos isso... aliás... lembremos... pra não derramar de novo... o leite... digo... o branco não deve ficar no chão... mas em outras coisas beeem mais importantes...

eu pensei em um milhão de textos pra escrever aqui hoje... imaginei um monte de coisas pra receber esses dias...

mas o hoje é sempre o melhor de todos os dias e mais do que essencial!

até o próximo texto!

03/03/2008

De fim a fim... um coxo...

Tudo começa com um fim... um homem que não conseguia enfrentar seus traumas morre... de atropelamento... ele não foi o atropelado... seu carro derrapa e, para salvar a vítima, que sofre uma lesão no calcanhar, capota até o meio fio...

Do morto nada tenho a continuar... essa história já acabou... os vivos que nos contam coisas... e Seliu não me tinha dito nada sobre quem o atropelou...
só sobre o maldito ferimento... não em apreceu grave na verdade... tinha uma faixinha... coisa de uma semana e ele estaria ótimo.

Logo após a morte instantânea, Seliu, que não tem medo nem traumas, caminhou mancando até o carro, ligou para o 192 e chamou uma ambulância. Procurou algum documento, viu familiares, deu a notícia... coisas do tipo.

Seliu decidiu por agradecer pela vida que Deus prolongou por mais algum tempo (segundo ele, pouco tempo... mas isso é mais pra frente). Foi a igreja. Saindo de lá... Seu amigo ligou pra ele, querendo marcar de tomar uma naquela hora... "você vive marcando coisa assim do nada e eu nunca posso ir! Tenho dentista agora" viu que não conseguiria chegar no dentista a tempo... "quer dizer... bem... não poderei sair hoje! tchau!" tinha resolvido surpreender a esposa... Seliu nunca foi alguém romântico... enfim! foi a floricultura, comprou um buquê de rosas vermelhas, comprou uma caixa de bombons no shopping, escreveu uma cartinha De Seliu a Clara, e foi vê-la.

Chegando em casa... Seliu deu de cara com uma traição. O amigo da ligação estava em uma "conexão bem mais forte" com a Clara... o buquê cai. A desleal acabara de soltar a toalha... não havia motivo para esconder mais nada... bombons rolam por todo o lugar... Seliu preferiu não birgar... ele é muito sábio. Conversou com a Clara... Brigou com seu melhor amigo, discutiu com Clara e contou pras crianças que o papai deveria se separar da casa e do casalzinho por um tempo. "Para reorganizar a minha vida..." Os filhos sorriram. Sabiam do que estavam acontecendo... definitivamente os sintomas não eram claros... mas eles também já não eram crianças.

Quando Seliu estava saindo escutou a voz da menina "Você sabe que a culpa é sua né pai?" ... "por isso não fez nenhum escarcéu..." o menino emenda "Seus ferimentos são fundos demais para você se recuperar com a mamãe!". Seliu segue mancando em frente... Precisava de reorganizar sua vida... Liga para o chefe e pede um adiantamento para poder dar entrada em um apartamento novo... "nada de caro demais!". Luciano chamou-o para o escritório. Seliu pegou um ônibus e, ao chegar na sala... Viu o aviso prévio indenizado na mesa do chefe... "Você sempre foi o de maiores rendimentos... mas nós sabemos que você tem caído e o quanto você fica deficiente sem Clara..." As razões eram realmente plausíveis... Seliu saiu com a carta sem poder dizer nada... Foi até a igreja de novo, ouviu o padre dizer "os mesmos sinais que fecham a porta!... Abrem a janela!" e pediu a Deus um sinal que melhorasse sua vida... De repente uma luz enorme é acesa e, pelo espelho da mulher que estava abaixo da lâmpada, o letreiro de um bar na frente da igreja é iluminado.

Seliu não entendeu direito mas seguiu até o bar, na porta da igreja, por estar mancando, esbarra numa moça, bonita até... seu nome é Lusse (meio grego), mas ela não entra na história... Seliu segue andando, e, esperando a solução chegar, pede um whisky... ao ver a bebida na bancada... descobre o que lhe foi indicado... começa a beber...

Ao invés de esquecer as mágoas... Seliu me conta tudo e se afoga nelas... Eu reproduzo a história... mas creio que sua vida vai tomar a ordem certa... quem sabe depois que o calcanhar melhorar...