06/11/2007

A bóia azul.

Era uma vez um menino chamado José (sim... a criatividade hoje não é meu forte) que se machucava todo dia. E sempre esbarrando em alguém, tropeçavam em josé, batiam nele, ou ele tormbava quando corria olhando pro lado... enfim, uma confusão.
Foi quando José estava olhando um tatu bolinha e teve uma idéia genial:
-Já sei! -Disse o menino- vou fazer uma bóia enorme, mas tão enorme, que ninguém vai esbarrar em mim. E se esbarrar, e eu cair, não vou me machucar, vou rolar que nem tatu-bolinha (pus com e sem hífen pois não sei como se escreve). e a boia me protege. E toda vez que me machucar, encho mais a bóia.
E assim foi. José fez uma bóia de um material mais resistente que Ferro e mais maleável que borracha de balão e fez sua bóia, que antes era pequena, mais pra evitar pequenos contatos, mas quando tinha que abraçar alguém e acabava se atrapalhando, emuprrando alguém, aumentava a engenhoca, criou até um dispositivo que jogava ar para não ter que soprar, até porque passou um tempo e sua boca não alcançava mais o bico de encher a bóia. Os anos se passaram e sua boca também não alcançava muita coisa, nem outras coisas... enfim, ele não se envolveu com ninguém, pois ninguém o via direito, nem ele queria chegar muito perto de ninguém. Mas o rolar depois de cair era divertido, apesar de que com o tempo ele sentiu saudade de uma dorzinha, injeções, vasos caindo no pé, bola de futebol batendo na cabeça, essas coisas. Ele lembrava que doía, mas não lembrava mais o que era doer. Mas dizia - Ah! eu achava ruim... deve ser ruim!- e seguia com sua bóia erguida.

Um dia, a meia visão de José (já que a parte de baixo foi coberta pela bóia) permitiu que ele visse uma mulher linda! Ajudando um cego a atravessar a rua. Isso mesmo! De braços dados com ele. José não se lembrava do que era dar o braço, mas se lembrava que era bom, não quis se aproximar, pois o homem bóia seria o centro das atenções. Mas logo depois da travessia, o cego seguiu seu caminho para dentro de um prédio e Maria (sim... Maria, e não... minha criatividade não está boa hoje) Voltou seus olhos para uma Coisa azul enorme com uma pequena cabeça saindo de lá de dentro para espiá-la (mas não vá pensando você leitor que ela sabia que a cabeça estava espiando-a, porque José estava muito longe, caso contrário, ela com certeza olharia para ele). Foi a primeira troca de olhares pós Bóia de José.
A bóia se balançou, Maria se aproxima e recebe uma fala saindo de lá de dentro:
-Olá! que bonito você ajudando aquele cego! parabéns!
-Oi! Obrigada -disse ela estendendo a mão, mas José respondeu:
-Não posso, estou na bóia. Minha mão está presa aqui.
-Vou te dar uma missão, você só me verá de novo quando me ligar- jogou dentro da bóia um celular, com um número apenas na agenda- Libere essas mãos por alguém! Você se sentirá melhor.

José achou estranho aquilo que a moça disse, parecia que ela sabia que ele estava sentindo falta de pessoas, de sentir o mundo a sua volta, o vento na barriga, ele deve estar branquelo na região da barriga. Resultado: José ficou uma semana tentando libertar suas mãos, e finalmente conseguiu! Pegou o celular e ligou para: - Maria! esse é o nome da agenda.
-Alô?
-Alô maria! Sou eu! José!
-Seu nome é José? que legal! Nome bonito!
-Maria, preciso de sua ajuda, venha aqui, abre o bico da minha bóia e aperte pra sair ar e eu poder te abraçar! Te agradecer por me mostrar que as pessoas merecem o esforço!
-Tá bom! Tchau!
-Tchau!

Depois de 15 minutos, o s m a i o r e s q u i n z e m i n u t o s da vida de José. Quando ela chegou, José estava desesperado para abraçá-la, jogou o celular na lâmpada da sala, que se quebrou. José furou a bóia com o caco (-José nããããão!!!-) de vidro e a bóia explodiu (Bum!)

Maria se apaixonara por José desde quando sua bóia era pequena, eles eram da mesma sala. Maria sempre soube o que seria melhor pra ele, não se machucar é não crescer, é tomar decisões precipitadas. Maria sempre foi madura com sentimentos. Ajudando propositalmente o Cego (que era um amigo seu que a ajudou) mostrou a José como é o lado bom de se envolver. Ela sabia como tocá-lo, ela conhecia o garoto homem dentro da bóia. E ele não é diferente do homem menino sem bóia, a boiar e flutuar pela sala, ver tudo de cima, de braços dados com Maria. Um beijo Fecha a história de vida dos dois...

Um comentário:

Gabriel Zocrato disse...

Hahaha, muito bom pochete! Esse realmente me fez rir. A historia demorou um pouco a desenvolver, mas o efeito dos 15 minutos gigantes (claro q ele se desespera como uma garotinha histerica, mas tudo bem. Perdi o jogo) foi legal e o final realmente inexperado, como parece ser sempre o seu ponto forte. Acho q a moral do "nao viva numa bola de ar" era previsivel, mas vc conseguiu modificar o bastante pra ficar nova.

Abraco (se puder)