um homem entra na selva... selva comum... homem comum... só o dia que não é muito comum, sabe como é! Homens comuns não entram em selva né?
- Puxa vida! dê andamento ao seu texto! continua a história... os leitores sabem que homens comuns não entram em selva... é redundante... sabe?
tá bom... Carlos fica meio receoso... olha para aquelas árvores grandes e grossas... "por que eu iria ter medo de árvores?" pensa ele... E entra na floresta.
-Calma aí! Esse Carlos é meio imbecil! Ninguém fica com medo de entrar na selva por causa de árvores!!!
Mas e a imponência delas? Ele não é burro... é a condição humana... da coragem momentânea... provar pra si mesmo...
-Dane-se a imponência... não se entra por animais... entende?
Não... nunca fui numa selva... Carlos anda pelas árvores, miquinhos e cotovias... se sente mais corajoso... olhou pra sua bússola... fechou-a, escolheu a direção e foi...
-Que cara imbecil! Por acaso esse Carlos acha que tem duas onças na "porta" da selva em posição de ataque esperando por ele pra cobrar passagem?
Cala a boca... seguindo para Sul, Carlos deu de cara com uma
-Onça?
Moça... uma moça nua... com pinturas pelo corpo... com um vaso de cerâmica trabalhado a mão colocando água nele...
-Você não tinha uma imagem mais óbvia e sem originalidade pra criar não seu autor de meia-tigela?
Não... "Olá!" Disse Carlos... a moça olhou assustada e gritou alguma coisa que eu não saberia dizer pra vocês, leitores, o que era...
-Novamente... a anta achou que a índia saberia falar português
Não é novamente... ele nunca tinha pensado isso... De repente! quatro homens com lanças cercaram Carlos... ele tentou fugir mas uma rede o prendeu e quando os homens iriam pegá-lo...
- E o homem branco supera a subcultura indígena... que preconceito...
Uma onça pintada apareceu... e duas! três! os índios correram e Carlos... desesperado... começou a chorar. Um choro indefeso... Carlos se lembra até de quando tinha uns 10 anos... A moça... ao olhar para Carlos... se sente culpada por ter participado daquilo tudo para o "intruso" da selva... pensou em ajudar... pegou numa pedra... quando olhou para a outra armadilha...
-Por que os índios não ativaram a outra armadilha? que imbecil!
Cala a boca... eram flechas... que atirariam na direção de Carlos... esperou as onças chegarem perto... mais perto... Carlos se paralisa... pensa em gritar, em cortar a corda... em rolar... até em chamar a NASA... pensa demais... Perto demais! A moça joga a pedra!
-Como assim! era pra você falar o nome dela!!
Por quê?
-por quê? não sei... senti que fosse necessário...
Não sei... Cunhapora joga a pedra! erra! Joga de novo! já era tarde... mas acerta as onças... que morrem... uma flecha passa por ela... a dor acorda os nervos! ela corre... chega... tira as onças de cima... e vê Carlos... uma mordida de um lado... uma flecha de outro... só a mordida poderia ter sido o bastante... ou não? Cunhapora nunca vai saber... agarra a flecha e a cheira! não tinha veneno... A alma dele estava lá... ela salta para o homem...
-Cuma?!
Adentra no espírito... se perde nele... nunca mais volta... entendeu?
-Não teria entendido antes disso... nem eu nem ninguém
Obrigado... Cunhapora nunca mais volta... fica lá... nada... corre... vôa... junto com a alma pura do homem branco... que teve coragem de morrer como um índio em uma morte patética de homem branco... preso na rede... pego por flechas... não importa... aceitou a morte
-O homem?
Não... Cunhapora... pega a flecha e enfia no peito... morre... entra em si mesma... dentro dele... se sente bem...
-Todo mundo tinha de morrer?põe um final feliz por favor?
tá bom... Fim!
-Só?
só...
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2 comentários:
O livre arbítrio é essencial para o homem como ser humanizado. E as escolhas que a gente faz muitas vezes são grandes sacrifícios evolutivos...mas é admirável que façamos uma escolha. Enfim, escolhido.
nossa...
não sei o que tenho a dizer sobre cunhapora e a história toda.
Mas adorei o estilo da escrita.
Que máximo!
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