16/09/2007

Bandeiras

Era uma vez um menino que brincava com quase tudo que queria, mas não se interessava por brinquedo algum. Ele não realmente gostava mais dos brinquedos, as brincadeiras não mais o surpreendiam e Ele não se envolvia com elas, só fazia o que as regras mandavam. Não ria das coisas engraçadas, não via emoção nelas.

Um dia o menino se sentiu vazio por ter qualquer brinquedo que queria, mas não conseguir mais do que uma brincadeira vazia com ele. Ele queria sentimento, ele queria força, ele queria brincar, sem medo de ser ele mesmo, sem medo de ser rejeitado pela brincadeira, deixar de seguir regras.

e foi nesse dia que o menino achou uma bola verde no chão. Ele olhou prum lado... olhou pro outro... e não viu nenhum dono da bola. Ele tentou brincar, quer dizer, ele usou seu máximo para se sentir mágico com aquela bola. Brincar com sentimento, alcançar o amor da brincadeira, e a bola passou até a gostar dele, ele conseguiu fazer a bola se interagir com ele e ele pensou que ia acabar, com o tempo, se interagindo com a bola...

Algum tempo depois, quando ele estava lembrando de sua nova bola velha, ele estava passando na rua quando viu outra bola vermelha numa vitrine. A bola vermelha não era necessáriamente melhor que a verde, mas a mágica que ele procurava na verde ele encontrou sem nem ao menos tocar na outra. A própria bola queria brincar com o menino, já tinha se entrosado, já estava emocionada. Mas a vitrine que estava em volta dela era tão grossa, mas tão grossa, que o menino sabia que não iria brincar com a bola.

O menino ainda tentava conseguir sentimento nas suas brincadeiras e conseguir vermelhidão na sua bola verde. Ele tanto lutou que ficou até daltônico, não sabia mais o que era verde ou vermelho. Mas nunca mais brincou, ou sequer tocou na bola vermelha que é vermelha de verdade, por fora, por dentro, e até mesmo no olho do menino daltônico ( se ele pudesse brincar com ela) e nunca mais teve emoção, emoção que nunca teve, nas suas brincadeiras.

Um comentário:

gzocrato disse...

hUAHauhauahuahauhauahahua. Final realmente inexperado. Minininho daltonico e triste, mas se vc quer assim. Continue, a surpresa e um grande triunfo na literatura.
Abracao