03/08/2008

Toda cabaça tem tampa...

O conto não tá da melhor qualidade... Mas pelo menos tá...

ixxx! Num acho de jeito nenhum!!
-iiih... Lá vem você com sua falta de atenção? O que foi que você perdeu dessa vez?!
-O pior é que eu nem sei!
-Como assim? -Os dois riem- Ficou doido?
-Pois é, sabe quando você sente que tá faltando alguma coisa? Eu sei que quando eu encontrar eu vou saber o que é...
-Hum... Já olhou debaixo da TV de Plasma?
-Já...
-E ali! do lado do VAIO do quarto de visitas, você vive esquecendo coisas lá
-Não olhei! Obrigdo, mas não é algo que esqueci... Eu não me sinto completo, entende?
-Não, mas não se pode entender tudo, não é verdade? -diz o amigo enquanto ajuda a procurar.
-Não! Não é verdade, eu sei que se não entendi alguma coisa, foi porque observei pouco, ou estudei pouco. Sempre se pode ter tudo o que se quer, entender tudo o que se pretende, enfim, o que falta, de vez em quando, é competência de quem quer.
-Interessante o raciocínio, mas falho. Assim como todos nós, você acaba de se sentir incompleto e não sabe o que é. -Diz isso enquanto levanta umas almofadas de um sofá moderníssimo e a tampa do piano de calda- Aliás, você sempre foi assim...
-... Hum?
- Esse piano, por exemplo, nunca mais te vi tocar.
-Mas isso foi impulsivo, coisa de criança! Ainda bem que tenho dinheiro pra atender a uns...
-Caprichos? Não eram caprichos, você sabe muito bem que se sentia bem enquanto tocava... o piano, ele te completava! Lembro como se fosse ontem do seu coleguinha te chamando de "viadinho" porque gosta de "Johann Sebastian Bach", tsc tsc... Aposto que ele nem sabe escrever esse nome, e você, aos poucos, largando o piano... É isso que você tá procurando? - disse apontando pra algo dentro da cauda do piano
-Não... Enlouqueceu? Isso é uma bola, brinquedo de menino, nem sei como isso foi parar aí... Ah! Lembrei! eu coloquei pra encher o saco da minha mãe, ela procurou, procurou e não achava nunca! - os dois riram muito- Como era bom essa época!
-Era nada cara! você, naquela época, queria por que queria aprender a dirigir, você passou sua infância voando por que não queria viver sem carro.
-É verdade! Não acho de jeito nenhum...
-Talvez não esteja aqui...
-Não não... eu sei que tá comigo, em algum lugar.
-Temos uma evolução!
-Como assim?
-o quê?
-Evolução... Não entendi...
-Ah... Nada, nada! Achou aí? Vou ter que sair agora...
-Não... mas eu vou procurar aqui até achar (disse isso engatinhando pela cozinha)
-Ah... Continua aí a procura, eu to vazando...
-Falou cara! Depois te conto o que era.
-Talvez você já achou e nem sabe
-O quê que você disse? Não escutei nada!
-Nada nada... Esquece! Tchau! Se cuida!
-Tchau!

2 comentários:

Carolina Arantes disse...

muito, muito bom.
às vezes a gente acha no lugar oposto de onde achou q ia achar e tá com a gente.

gracías, niño

Flora disse...

Primeiro: eu adoro contos em forma de dialógo.
Segundo: eu sempre tenho essa sensação de falta
Terceiro: eu espero que ele encontre logo
Quarto: o amigo é o máximo, o outro também
Quinto: fico feliz em te ver escrevendo
Sexto: adoro seus contos
Sétimo: obrigada pelo último comentário
Oitavo: não entra mais no MSN ou no Skype?
Nono: eu quero chegar no décimo
Décimo: ah, blu