02/12/2008

Kyrken, o guerreiro: O sonho, a realidade e a Gentry

Na Inglaterra da idade média, numa cidadezinha entre feudos, morava um filho de comerciante chamado Nicholas. Desde pequeno, Nicholas sentia uma coisa revirando em si mesmo quando via, na praça central, uma estátua enorme de um guerreiro que, uma vez (como contou seu pai) salvou, praticamente sozinho, a cidade de um ataque de um verdadeiro exército, quando os feudos que cercavam a cidade estavam em guerra. E o mais impressionante para o garoto, é que a estátua de tão grande e bravo guerreiro foi erguida enquanto sua mãe o gerava no ventre, e seus pais viram o acontecido, as batalhas épicas e todos os movimentos heróicos de Kyrken enquanto salvava toda a cidade, (não que ela fosse grandes coisas né, também o nosso padrão de cidade é um pouquinho diferente...) a cidade do feliz admirador da estátua. O que também confirmava que Kyrken estava vivo! Se saísse para procurá-lo, Nicholas tinha certeza de que iria encontrar Kyrken e de que ele iria ensiná-lo tudo o que sabe, Nicholas sonhava em ser o pupilo de tão grande homem. Daí veio, desde pequeno em Nicholas, uma vontade de ser herói, não um cavaleiro andante, mas muito mais do que isso, ele queria uma estátua grandiosa como essa em uma cidade, uma estátua sua, queria ser lembrado para sempre, como Kyrken sempre será lembrado em sua cidade.

Ao completar 15 anos, Nicholas precisava se decidir sobre o que fazer em sua vida, seu pai estava impaciente, por estar já velho, queria passar suas atividades para o filho, mas queria também, tirar da cabeça do menino essa idéia de herói. Nosso protagonista não se decidia sobre seguir seu sonho ou a opinião paterna (que, naquela época, contava mais do que hoje). Enfim, eu poderia ter contado isso num parentesis qualquer, pois todo garoto passa por essa situação ao completar 15 anos mas, uma coisa impressionante aconteceu! Num dia, quando Nicholas e seu pai discutiam sobre isso na casa deles, eles ficam sabendo que Kyrken acaba de voltar à cidade, para ficar por lá por uns dias, e voltar a sua expedição maravlihosa e... bem... quer dizer, chegou um menino na casa. Gritando que Kyrken voltou, todo o resto foi imaginação de Nicholas, e enquanto o menino imaginava, seu pai levava as mãos à cabeça e pensava "meu filho nunca irá me seguir com esse homem por aqui".

Enfim, Nicholas foi a procura de seu herói mas... antes, voltou-se para a estátua, e viu cada detalhe do corpo de Kyrken, sua armadura, sua barba imponente, sua altura descomunal, seu machado em seus braços fortes e grandes... Dizia num letreiro abaixo "Kyrken, com bravura e coragem do tamanho do ato que fez por essa cidade" (eles não eram muito poéticos... ou seria o autor?... Será...?). Nicholas foi para a hotelaria pensando em tamanha bravura... tamanha... tamanha...

Chegou na hotelaria e viu Kyrken... era um anão!!! Nicholas não viu tanta graça como na estátua, quer dizer, a armadura era até mais bonita, com detalhes em ouro, mas... Ele chegava a ser menor do que o menino, que não conseguia mais imaginar como seriam as batalhas de um ser com 1,20m... menor até do que o prórpio machado que carrega...

Por educação, Nicholas cumprimentou o herói da cidade, e disse que já quis ser herói, o garoto ficou desolado, foi para uma montanha chorar, quando chegou lá, viu queo que tinah acontecido era que ele tinha superestimado a imagem de seu antigo herói. Seguiu para voltar para casa, falar com o pai mas, no meio do caminho, trombou numa garota, filha de um nobre do maior feudo vizinho... O pai, que tinha saído de casa para ver o filho, viu tudo aquilo e tratou de arrumar a amizade dos dois... Transformou-a rapidamente em casamento e Nicholas, um bruguês de sangue azul, formou um grupo na Inglaterra que ficou conhecido como Gentry, uma nobresa com visão empresarial... O que gerou muito lucro e prestígio para a família de Nicholas... Mas nunca mais prestígio do que uma estátua no centro de uma cidade...

10/11/2008

Uma moça, um Beijaflor e, Enfim: um Liquidificador

Ele viu a estátua na loja... Uma moça... quer dizer, a estátua que é de uma moça, esculpida por um tal de beija-flor. Falei isso mais pra acabar com possíveis confusões... bem, voltando: Sabe quando tem tudo que você sempre achou lindo?! Pois é... a moça tinha cabelos curtos maravilhosos, que pareciam se mexer a um vento que brota da pedra imóvel. Uns pezinhos... Ah!, cada dedinho na proporção certa, do jeito certo... como se o escultor tivesse gasto 3 dias com cada um deles. O colo, como aqueles colos descritos nos livros de épocas atrás, lisos como seda...

Dava pra imaginar uma mulher como essa, aliás, era como tê-la a seu lado... Enfim, comprou-a. E a colocou perto do lugar onde fica o liquidificador, na copa. Aliás... aqui entra um caso engraçado do proprietário da casa... Se não deu pra perceber ainda, ele é meio psicótico... Acreditem! Ele sempre desmonta cada pecinha do liquidificador para guardá-lo, não é esquisito?!?!?!? Enfim... ele é muito cuidadoso com essas coisas domésticas que ninguém dá valor, Enfim de novo: A vida do felizardo dono era até mais bonita com sua moça sempre perto de si... Todo dia olhava para Ela, via sempre aquela perfeição, até que a perfeição...
Derrubou o liquidificador no lindo colo da moça, quer dizer, não todas as peças montadinhas, por causa das picuínhas caseiras do coitado... Só aquela lâmina que gira, quer dizer, a única lâmina do liquidificador. Enfim, caiu no colo dela e o feriu. O homem se desesperou! Tirou o lugar do liquidificador de lá e, depois, procurou em revistas de decoração, consultou especialistas em arquitetura e essas coisas... e resolveu um método pioneiro, bastante arrojado na minha opinião, que é vestir, com roupas de verdade, a moça, você sabe! Pra tampar aquelas falhas indesejáveis...

Cobriu-se então o colo dela. Linda ela, satisfeito ele, seguiu-se a vida... eh... Não como antes... apesar de combinante com o ambiente do lar, ela estava diferente... alguma coisa mudou seu ar... O parceiro, desesperado, não sabia direito o que fazer... Depois que tirou o armarinho em que guarda seu liquidificador do lado dela, todos os dias, lá pelas 5 da tarde, (que era o horário que chegava do trabalho) o nariz dela fazia uma sombra esquisita em seu buço, quer dizer, esquisita para as picuínhas do nosso amiguinho biruta, enfim... sombra essa que não dava pra aguentar. Foi aí que ele teve uma idéia genial! Pôs um chapéu nos belos cabelos dela... que ficou Belíssima! Sem sombras birutas no buço... Sem nada...

Mas ela ficou meio distante de tudo com aquela sombra em sua face... E ele foi esquecendo da sua Belíssima... Tanto que esquecia de limpar seus lindos pés... Mas não completamente! Limpava todo mês, na sua "famosa" faxina Geral, vulgo GG, na casa, e achava muito trabalhoso passar o pano, o produto e a bucha em cada uma das frestinhas entre os dedos da Musa do Beijaflor e do alvo do liquidificador do biruta... Enfim, por preguiça... Calçou a Musa... com sapatos lindos, ainda podia parecer gente...

Satisfeito com sua GG, vendo sua nova estátua, pensou em coisas importantes e foi dormir.

Ao acordar, Viu que sua Bela havia sumido, nunca mais, depois desse dia, olhou para a sua Musa, nem para seu chapéu, seus sapatos, ou o pano que cobria seu colo. Perdido, na procura pela Bela, correu pela porta de chofre e esbarrou num armário perto da porta, que não costumava ficar ali, enfim... voou pela janela um liquidificador de picuinhas...


"Quem sabe ela não volta?"

"Ô imbecil! Estátua não anda!"

"Ah! é..."

20/09/2008

Um jardim lindo

Marcos era um homem milionário que comprou um castelo na Europa. Tudo bem que falar que ele é milionário é redundância, já que o homem compra um castelo enooorme... O mais bonito de toda a Espanha, com os móveis mais caros, nos padrões feudais, lá no interior do país mas, enfim, estava olhando, pela internet, fotos do castelo aqui do Brasil mesmo e o achou lindo. Pensou em levar amigos seus de vez em quando pra passar uns tempos na Europa dentro de seu novo lar alternativo.

A história de como Marcos ficou milionário em sua vida é muito grande, já que dura uma vida quase inteira. Então não vou contar para vocês. O fato é que Marcos sempre foi muito desprendido do material, bondoso, caridoso, gente fina, enfim... Quebra o mito de que os milionários são todos uns malas, quer dizer, talvez isso seja verdade para quem nasceu rico. Marcos nasceu muito pobre e ganhou aos poucos. Por isso sempre deu valor ao esforço humano.

Eu tô aqui falando falando e não continuo o conto. Quando for assim é só você que está lendo saltar umas linhas por que o que está a sua frente não são palavras de grande importância. O fato é que quando Marcos foi pela primeira vez à sua casa nova conhecer todos os cômodos já que só tinha visto fotos pela internet, se deparou com um grave defeito na casa. Ela tinha um fosso (nessa hora você fala "é claro que tinha um fosso, você não falou de um castelo medieval?!"), um fosso que era muito maior do que parecia ser nas fotos, quer dizer, claro que o castelo continuava maravilhoso, era cada torre linda, mas o fosso tornava tudo mais feio, não... feio não é bem a palavra... eu diria mais... amedrontador! Isso mesmo, o fosso tornava tudo mais amedrontador. Marcos não conseguia ver a vivacidade de dentro dos cômodos ao olhar de fora, porque só sentia medo. Mas foi aí que nosso protagonista teve uma idéia. Ele foi a uma loja especializada lá em Madrid, comprou muita terra, uma pá, e foi tampar o buraco do fosso. Você deve estar imaginando como ele ia colocar toda aquela terra pra dentro com apenas uma pá, quer dizer, ele não seria capaz de usar duas, quando disse com uma pá eu quis dizer sozinho mesmo... mas eu já havia te dito que Marcos valorizava o esforço humano. Sem contar que isso o tornaria um milionário excêntrico... Olha que legal!

Enfim, ele trabalhou tanto que se feriu muito durante o trabalho, mas ele achava que mudar a fachada do castelo era algo que valia seu esforço. Depois de meses tentando fechar o fosso do castelo, parecia que o trabalho não tinha fim, mas Marcos passou o braço na testa pra tirar o suor e continuou. Jogava terra, jogava mais e mais terra, até que Marcos, tonto de cansaso, agoniado de tanto trabalhar, não aguentando mais, olhou para o trabalho pronto. Estava lindo o castelo... com sua fachada mais proxima e aberta para quem quisesse chegar perto, faltava só colocar grama em volta onde havia apenas um buraco sem graça. Marcos passou a mão pela testa de novo, mas agora satisfeito, com um sorriso de orelha a orelha, e foi para Madrid novamente, buscar a grama e as flores, pois ia colocar um jardim lindo em volta do castelo.

Marcos ficou quase o dia todo em Madrid, consultando com os melhores decoradores, comprando as flores mais bonitas e os gramados mais belos, o jardim estava pronto na sua cabeça, só faltava montar. Quando ele chegou em sua casa, o céu já escuro, pensou em dormir, para terminar seu trabalho amanhã. Marcos adorava dormir quando tinha trabalhado o dia inteiro, ele sempre dizia "é por isso que eu gosto tanto de trabalhar... O descanso chega a dar prazer quando a gente tá realmente cansado...", enfim, Marcos entrou no salão maravilhoso de entrada, com todos aqueles... "Pera aí! cadê os móveis?" Marcos sentiu nessa hora um cano gelado encostar na sua nuca e uma voz, em meio a muitas gargalhadas ao fundo: "Muchas gracias Marcos Campos, sempre quisemos roubar todas essas obras de arte caríssimas e nunca conseguimos maquinar uma forma de passar pelo fosso sem sermos percebidos. Foi muito gentil da sua parte trazer também uma opção de jardim lá fora para nós! Mas, particularmente, prefiro trazer umas escavadeiras pra cá para refazer uma segurança tão boa... Tem muito ladrão por aí sabe? hehe... Aliás, aqui tem muita coisa inútil agora (Marcos, nessa hora, gelou não só na nuca do cano, mas em todo o seu corpo)... Não é mesmo rapazes? (mais gargalhadas) Ainda mais que temos tudo isso que está aqui dentro, e a escritura do castelo! Bem... o que mais posso querer, diga adeus Marcos Campos!

Ele tentou se virar, mas a única coisa que percebeu do momento foi o som de uma explosão forte, e distante de qualquer pessoa fora do castelo.

03/09/2008

Quase! Quase!

Um homem, entre um cigarro e outro, imprime um monte de papéis iguais. Um nome, leve descrição de comportamento ("nunca termina o que começa") e olhinhos fitando quem olha a foto. Olha pra um daquele monte de anúncios.

...

Carros passando, barulho. Barulho. Uma roda de bicicleta! Quase! Quase! Petelecos, onde?! Onde?!

...

Ele senta de novo a frente do computador. Não olha pra tela, olha pro nada, pela janela do apartamento. Ele lembra da alegria de ambos quando iam passear... Respira fundo, põe a mão sobre os joelhos e força para se levantar

...

uma bolinha! Quase! Quase! Que menina esquisita que gritou! cadê aquele moço?! Ai que fome!

...

Pega calmamente a pilha de anúncios do desaparecimento triste. Desce de escadas, não quis descer sete andares de elevador porque nunca desceram juntos de elevador. Abre a porta e prega o primeiro no quadro de avisos do condomínio.

...

Olha! Um amigo enorme! Corre! Quase! Quase! Rodas! Muito grandes! Maiores, maiores. Cadê meu dono?!

...

Sai pela porta do apartamento, estão recolhendo um corpo de cachorro na rua... Atropelado por um caminhão de ração de cachorro, com um cachorrão no lado. Ele ri pra se mesmo "...que irônico..." finalmente ele fica triste. Se lembra do próprio cachorro. "Quase" -Ai como eu gostava de ficar gritando o nome dele! "Quase! Vem cá Quase!" Será que ele também morreu?

26/08/2008

Velório de suicida

Olá... Meu nome é Érico, tenho 40 anos e eu vim contar a história da minha mãe.

Ela teve doze filhos, suou a vida inteira pra sustentar todo mundo. Meu pai era motorista de bonde e ela era professora de Geografia e vice-diretora d euma escola municipal da cidade de Lima Duarte.
Claro que o custo de vida era outro. Dava pra criar, com sobra, os seis primeiros filhos... (todos na roda riram um pouco) doze era um pouco demais pros dois. Lembro-me até de quando o frango, comprado apenas no natal, era servido. Cada um tinha um pedaço. O meu era a asa esquerda. E tem outra! No dia das mães tinha bife. Como era um dos últimos, pegava os menores pedaços de bife. Por causa da hierarquia da época. Primeiro, servia-se o pai, que pegava o segundo maior pedaço, depois, a mãe, que pegava o maior pedaço, e os filhos se serviam em ordem de nascimento. Tô falando muito de mim...

Minha mãe teve muito trabalho pra criar todo mundo. Claro que os mais velhos dividiam o trabalho, mais era difícil criar e educar todos os irmãos. Ela alfabetizou todo mundo, ensinou valores, ensinou as irmãs a cozinhar, cuidava da casa e ainda sobrava tempo pra corrigir as provas e trabalhar na escola.

Falei muito de comida porque minha mãe adora comer! Ela sentia saudade dos gostos qeu comia quando tinha uns três ou quatro filhos. Falava que quase não podia comer porque sempre estava grávida. Sempre chorando, coitada, meu pai chegava machucado do trabalho em casa. Trabalhava muito, ganhava pouco. Por mais que ela fosse adulada, ela não gostava muito da situação de vida dela.

Os filhos foram alcançando a idade do ginásio e ela foi mandando pra capital (Belo Horizonte). Quase todos os meninos estudaram no Insituto de Educação. Educar aquela moça sabia viu... E como sabia. Foi aí que algo triste aconteceu: Meu pai perdeu um braço no bonde, um bêbado o puxou pros trilhos. Como ela chorou. Mas logo depois ela teve um alívio, sentiu-se como se Deus estivesse olhando pra ela lá de cima. Recebeu uma proposta de dar aula de geografia noInstituto de Educação aqui em Belo Horizonte, Na época era considerada uma ótima escola, o melhor é que combinou o tempo do 4º filho precisar de se mudar pra lá. Ela foi de mala e cuia com todo mundo. Mas ela não sabia que era mais caro criar filhos na capital. Escola ela não pagava, porque era professora, mas o custo de vida era maior... Passou a ensinar a noite também, alfabetizando adultos. Quase não tinha tempo pra vida dela coitada. Não dava mais pra comer o frango e nem o bife.

O tempo passou e os filhos dela foram conseguindo empregos diversos e foram saindo de casa, mas meu pai morreu e ela passou junto com o tempo e foi ficando doente e debilitada. Lembro até que minha mulher falou "Tem muito do psicológico de não ter mais os filhos em casa, aidna mais o marido, que ela ama tanto" Achei a idéia ótima. Trouxe ela pr aminha casa. Os meninos adoram a avó e ela tem muito carinho por eles. Não faz os biscoitos que eu comia na infância, mas ensinou a secretária lá de casa a fazer todos. Ela, coitada, que não os podia comer, que só de olhar aumentava a glicose, fitava os netinhos enquanto conversava conosco tomando alguma de suas pílulas.

Eu não entendo... sempre tive muito cuidado com a minha mãe sabe?! Fiz TU-DO o que o doutor mandou, ela não comeu gordura, carne vermelha, glicose, café, nada... Outro dia escutei ela dizendo "Quando podia comer, não tinha dinheiro... nem tempo. Agora que tenho tempo de sobra... e tenho dinheiro, não posso mais comer." Eu ri... Minha esposa e os netos dela riram. Mas ela tava só melhorando de saúde. Quem liga pra não aproveitar um gostinho de nada, quando é da vida que nós falamos... né? NÉ!?!?! Eu nunca deixei-a comer o bacon, o feijão andu, a pimenta, o frango, o bife e tudo aquilo que ela não podia mais comer. Queria ela sempre bem e de bem com a vida... (uma lágrima escorre na maçã do rosto, rosa de frio) de bem com a vida...

17/08/2008

Diálogos...

Na praça, vejo um homem sentado, falando consigo mesmo (sim... Adoro pegar o bonde andando. Além do mais, quem mandou ele falar em voz alta?):

"Agora já chega!! Não aguento mais! Eu não sei como consegui aguentá-la todo esse tempo! Bem que meus amigos me falaram que eu não ia durar muito tempo... Essa mulher me consome! Eu não tenho mais liberdade pra nada! Tô aqui esperando-a chegar, atrasada como sempre, enquanto o Galo tá jogando lá no mineirão e a galera tá toda lá! (dou umas risadas, sem ele ver, enquanto ele xinga um monte de coisas) [...] E olha que ela ainda reclama! Que eu não passei aquele perfume, não me lembrei daquela roupa, não reparei naquele corte, não me lembrei daquela data. Meu Deus! Eu não sei como consegui juntar todas essas cicatrizes! Só faço ceder espaço pra ela e ela nada! E tem gente que acha que ela é boa pra mim! Vê se pode... Mas está decidido de hoje não passa! Vou term..."

Estranhamente não escutei mais nada, entaõ olhei pra ele... O homem estava olhando fixamente a um ponto e começou a falar de novo:

"Nossa... Ela tá com aquela roupa que ela saiu na França na nossa Lua-de-Mel... E esse cabelo! Como ela tá linda! Por isso que eu a amo tanto..."

-Oi amor! Demorei?
-Nem vi o tempo passar! Tava só pensando em você!!
-Será que não viu? Nem tá com o seu radinho... o Atlético ganhou, 2x0
-Você escutou o jogo?!? Que legal!
-Não não... perguntei pro taxista.
-Mesmo assim! adorei ter se importado!
-Hmmm... Pra mim você ia usar o perfume que eu te dei de aniversário...
-Tô usando um outro, sente o cehiro pra ver se você gosta!
-(pausa pro cheiro...) Que delícia!
-Tava morrendo de saudades!
-Eu também! Te amo muito!!
-Cortou o cabelo!!
-Pensei que não fosse reparar...
-Depois daquela vez... eu até ligo pro seu cabeleireiro pra saber se você foi lá

Os dois saem rindo... Eu olho pra frente de novo e vejo a lua aparecendo, cheinha cheinha... Que saudade dela meu Deus...

03/08/2008

Toda cabaça tem tampa...

O conto não tá da melhor qualidade... Mas pelo menos tá...

ixxx! Num acho de jeito nenhum!!
-iiih... Lá vem você com sua falta de atenção? O que foi que você perdeu dessa vez?!
-O pior é que eu nem sei!
-Como assim? -Os dois riem- Ficou doido?
-Pois é, sabe quando você sente que tá faltando alguma coisa? Eu sei que quando eu encontrar eu vou saber o que é...
-Hum... Já olhou debaixo da TV de Plasma?
-Já...
-E ali! do lado do VAIO do quarto de visitas, você vive esquecendo coisas lá
-Não olhei! Obrigdo, mas não é algo que esqueci... Eu não me sinto completo, entende?
-Não, mas não se pode entender tudo, não é verdade? -diz o amigo enquanto ajuda a procurar.
-Não! Não é verdade, eu sei que se não entendi alguma coisa, foi porque observei pouco, ou estudei pouco. Sempre se pode ter tudo o que se quer, entender tudo o que se pretende, enfim, o que falta, de vez em quando, é competência de quem quer.
-Interessante o raciocínio, mas falho. Assim como todos nós, você acaba de se sentir incompleto e não sabe o que é. -Diz isso enquanto levanta umas almofadas de um sofá moderníssimo e a tampa do piano de calda- Aliás, você sempre foi assim...
-... Hum?
- Esse piano, por exemplo, nunca mais te vi tocar.
-Mas isso foi impulsivo, coisa de criança! Ainda bem que tenho dinheiro pra atender a uns...
-Caprichos? Não eram caprichos, você sabe muito bem que se sentia bem enquanto tocava... o piano, ele te completava! Lembro como se fosse ontem do seu coleguinha te chamando de "viadinho" porque gosta de "Johann Sebastian Bach", tsc tsc... Aposto que ele nem sabe escrever esse nome, e você, aos poucos, largando o piano... É isso que você tá procurando? - disse apontando pra algo dentro da cauda do piano
-Não... Enlouqueceu? Isso é uma bola, brinquedo de menino, nem sei como isso foi parar aí... Ah! Lembrei! eu coloquei pra encher o saco da minha mãe, ela procurou, procurou e não achava nunca! - os dois riram muito- Como era bom essa época!
-Era nada cara! você, naquela época, queria por que queria aprender a dirigir, você passou sua infância voando por que não queria viver sem carro.
-É verdade! Não acho de jeito nenhum...
-Talvez não esteja aqui...
-Não não... eu sei que tá comigo, em algum lugar.
-Temos uma evolução!
-Como assim?
-o quê?
-Evolução... Não entendi...
-Ah... Nada, nada! Achou aí? Vou ter que sair agora...
-Não... mas eu vou procurar aqui até achar (disse isso engatinhando pela cozinha)
-Ah... Continua aí a procura, eu to vazando...
-Falou cara! Depois te conto o que era.
-Talvez você já achou e nem sabe
-O quê que você disse? Não escutei nada!
-Nada nada... Esquece! Tchau! Se cuida!
-Tchau!

24/07/2008

Deixa o copinho na mesa da frente mesmo...

"finalmente, achei a poltrona ideal.
grande, confortável, com espaço pra botar o copinho... perfeita pra mim!"

João comprou a poltrona. Mas, ao chegar em casa, olhou pro sofá velho que ele tinha em casa. Todo horroroso, não combinava com o cômodo, nem tinha espaço pra copinho! Mas ele, com uma lágrima caindo dos olhos disse "não sou capaz de trocar!!!" seu amigo, que ajudava a carregar a nova disse, fica pra mim então, eu boto lá em casa. Assina aqui.

Satisfeito, nosso personagem principal, discípulo de uma frase do grande sábio Sérgio Reis: "panela velha é que faz comida boa", assinou o contrato, ajudou o amigo a levar pra casa e foi recostar-se em seu sofá de estimação.

Acontece que o sofá antigo não tinha mais a mesma graça para João. Todas aquelas flores vermelhas em seu cômodo laranja, todas as molas furando o estofado, já não tinham o charme caseiro que tinham antes. Um mês depois, doido de arrependimento, ele queimou seu sofá de tanto ódio que tinha da burrada que tinha feito.

Depois de ter queimado o sofá, João percebeu que nenhuma outra poltrona em nenhuma outra loja era tão boa quanto aquela novinha, com espaço pra copinho, que estava, graças a ele, na casa de seu amigo. Também percebeeu que, por queimar a velha, não sobrou nada pra ele.

08/04/2008

açnairc amu ed sona soriemirp (sêrt) 3 so

Decidido a tirar as teias de aranha do dedo escolho escrever mais um conto. Até porque toda aranha é venenosa. Perdoem a prática perdida (falo assim como se tivesse 30 mil leitores).

Ao conto!


Já escreve. Nem o pai nem a mãe perceberam de tão rápido que o menino começou a ler tudo. Do "ro... sa" até qualquer placa de qualquer padaria, hospital, casas de tatuagens e de todo o resto, chegava a irritar todo mundo, daí, a primeira palavra não foi um "mamãe" sem graça. Ele sempre surpreendeu a todos. Disse "captura", quer dizer, dizer dizer mesmo foi "caputúrua" nunca vi tanto U assim... Como ele dormia a sono solto no peito da mãe, largou dele com um ano e meio mais ou menos. "o outro pé!"... "um pé!" dizia o pai todo alegre quando ele deu os primeiros passos... Deixou de precisar da ajuda do pai para andar sozinho.

Acho melhor parar por aqui... senãoa história fica deprimente demais...

10/03/2008

Pisando em ovos... um segundo tiro...

e tudo começa com um erro... e outro e outro... mas nunca um fim... talvez um fim pros erros... mas um fim temporário... todo mundo sabe que nada tem fim em tudo...

os erros dão graça aos acertos.... como diria Lulu santos em uma música (note a ausência das aspas... não vai por isso no google... interprete...) e os acertos depois demonstraram a boa intenção dos erros

apesar daquele momento constrangedor de "leite derramado", esqueçamos isso... aliás... lembremos... pra não derramar de novo... o leite... digo... o branco não deve ficar no chão... mas em outras coisas beeem mais importantes...

eu pensei em um milhão de textos pra escrever aqui hoje... imaginei um monte de coisas pra receber esses dias...

mas o hoje é sempre o melhor de todos os dias e mais do que essencial!

até o próximo texto!

03/03/2008

De fim a fim... um coxo...

Tudo começa com um fim... um homem que não conseguia enfrentar seus traumas morre... de atropelamento... ele não foi o atropelado... seu carro derrapa e, para salvar a vítima, que sofre uma lesão no calcanhar, capota até o meio fio...

Do morto nada tenho a continuar... essa história já acabou... os vivos que nos contam coisas... e Seliu não me tinha dito nada sobre quem o atropelou...
só sobre o maldito ferimento... não em apreceu grave na verdade... tinha uma faixinha... coisa de uma semana e ele estaria ótimo.

Logo após a morte instantânea, Seliu, que não tem medo nem traumas, caminhou mancando até o carro, ligou para o 192 e chamou uma ambulância. Procurou algum documento, viu familiares, deu a notícia... coisas do tipo.

Seliu decidiu por agradecer pela vida que Deus prolongou por mais algum tempo (segundo ele, pouco tempo... mas isso é mais pra frente). Foi a igreja. Saindo de lá... Seu amigo ligou pra ele, querendo marcar de tomar uma naquela hora... "você vive marcando coisa assim do nada e eu nunca posso ir! Tenho dentista agora" viu que não conseguiria chegar no dentista a tempo... "quer dizer... bem... não poderei sair hoje! tchau!" tinha resolvido surpreender a esposa... Seliu nunca foi alguém romântico... enfim! foi a floricultura, comprou um buquê de rosas vermelhas, comprou uma caixa de bombons no shopping, escreveu uma cartinha De Seliu a Clara, e foi vê-la.

Chegando em casa... Seliu deu de cara com uma traição. O amigo da ligação estava em uma "conexão bem mais forte" com a Clara... o buquê cai. A desleal acabara de soltar a toalha... não havia motivo para esconder mais nada... bombons rolam por todo o lugar... Seliu preferiu não birgar... ele é muito sábio. Conversou com a Clara... Brigou com seu melhor amigo, discutiu com Clara e contou pras crianças que o papai deveria se separar da casa e do casalzinho por um tempo. "Para reorganizar a minha vida..." Os filhos sorriram. Sabiam do que estavam acontecendo... definitivamente os sintomas não eram claros... mas eles também já não eram crianças.

Quando Seliu estava saindo escutou a voz da menina "Você sabe que a culpa é sua né pai?" ... "por isso não fez nenhum escarcéu..." o menino emenda "Seus ferimentos são fundos demais para você se recuperar com a mamãe!". Seliu segue mancando em frente... Precisava de reorganizar sua vida... Liga para o chefe e pede um adiantamento para poder dar entrada em um apartamento novo... "nada de caro demais!". Luciano chamou-o para o escritório. Seliu pegou um ônibus e, ao chegar na sala... Viu o aviso prévio indenizado na mesa do chefe... "Você sempre foi o de maiores rendimentos... mas nós sabemos que você tem caído e o quanto você fica deficiente sem Clara..." As razões eram realmente plausíveis... Seliu saiu com a carta sem poder dizer nada... Foi até a igreja de novo, ouviu o padre dizer "os mesmos sinais que fecham a porta!... Abrem a janela!" e pediu a Deus um sinal que melhorasse sua vida... De repente uma luz enorme é acesa e, pelo espelho da mulher que estava abaixo da lâmpada, o letreiro de um bar na frente da igreja é iluminado.

Seliu não entendeu direito mas seguiu até o bar, na porta da igreja, por estar mancando, esbarra numa moça, bonita até... seu nome é Lusse (meio grego), mas ela não entra na história... Seliu segue andando, e, esperando a solução chegar, pede um whisky... ao ver a bebida na bancada... descobre o que lhe foi indicado... começa a beber...

Ao invés de esquecer as mágoas... Seliu me conta tudo e se afoga nelas... Eu reproduzo a história... mas creio que sua vida vai tomar a ordem certa... quem sabe depois que o calcanhar melhorar...

26/02/2008

Evolução... livre arbítrio e sacrifício... enfim... Cunhapora

um homem entra na selva... selva comum... homem comum... só o dia que não é muito comum, sabe como é! Homens comuns não entram em selva né?

- Puxa vida! dê andamento ao seu texto! continua a história... os leitores sabem que homens comuns não entram em selva... é redundante... sabe?

tá bom... Carlos fica meio receoso... olha para aquelas árvores grandes e grossas... "por que eu iria ter medo de árvores?" pensa ele... E entra na floresta.

-Calma aí! Esse Carlos é meio imbecil! Ninguém fica com medo de entrar na selva por causa de árvores!!!

Mas e a imponência delas? Ele não é burro... é a condição humana... da coragem momentânea... provar pra si mesmo...

-Dane-se a imponência... não se entra por animais... entende?

Não... nunca fui numa selva... Carlos anda pelas árvores, miquinhos e cotovias... se sente mais corajoso... olhou pra sua bússola... fechou-a, escolheu a direção e foi...

-Que cara imbecil! Por acaso esse Carlos acha que tem duas onças na "porta" da selva em posição de ataque esperando por ele pra cobrar passagem?

Cala a boca... seguindo para Sul, Carlos deu de cara com uma

-Onça?

Moça... uma moça nua... com pinturas pelo corpo... com um vaso de cerâmica trabalhado a mão colocando água nele...

-Você não tinha uma imagem mais óbvia e sem originalidade pra criar não seu autor de meia-tigela?

Não... "Olá!" Disse Carlos... a moça olhou assustada e gritou alguma coisa que eu não saberia dizer pra vocês, leitores, o que era...

-Novamente... a anta achou que a índia saberia falar português

Não é novamente... ele nunca tinha pensado isso... De repente! quatro homens com lanças cercaram Carlos... ele tentou fugir mas uma rede o prendeu e quando os homens iriam pegá-lo...

- E o homem branco supera a subcultura indígena... que preconceito...

Uma onça pintada apareceu... e duas! três! os índios correram e Carlos... desesperado... começou a chorar. Um choro indefeso... Carlos se lembra até de quando tinha uns 10 anos... A moça... ao olhar para Carlos... se sente culpada por ter participado daquilo tudo para o "intruso" da selva... pensou em ajudar... pegou numa pedra... quando olhou para a outra armadilha...

-Por que os índios não ativaram a outra armadilha? que imbecil!

Cala a boca... eram flechas... que atirariam na direção de Carlos... esperou as onças chegarem perto... mais perto... Carlos se paralisa... pensa em gritar, em cortar a corda... em rolar... até em chamar a NASA... pensa demais... Perto demais! A moça joga a pedra!

-Como assim! era pra você falar o nome dela!!

Por quê?

-por quê? não sei... senti que fosse necessário...

Não sei... Cunhapora joga a pedra! erra! Joga de novo! já era tarde... mas acerta as onças... que morrem... uma flecha passa por ela... a dor acorda os nervos! ela corre... chega... tira as onças de cima... e vê Carlos... uma mordida de um lado... uma flecha de outro... só a mordida poderia ter sido o bastante... ou não? Cunhapora nunca vai saber... agarra a flecha e a cheira! não tinha veneno... A alma dele estava lá... ela salta para o homem...

-Cuma?!

Adentra no espírito... se perde nele... nunca mais volta... entendeu?

-Não teria entendido antes disso... nem eu nem ninguém

Obrigado... Cunhapora nunca mais volta... fica lá... nada... corre... vôa... junto com a alma pura do homem branco... que teve coragem de morrer como um índio em uma morte patética de homem branco... preso na rede... pego por flechas... não importa... aceitou a morte

-O homem?

Não... Cunhapora... pega a flecha e enfia no peito... morre... entra em si mesma... dentro dele... se sente bem...

-Todo mundo tinha de morrer?põe um final feliz por favor?

tá bom... Fim!

-Só?

só...

08/02/2008

Inspire... Transpire...

hoje eu escutei uma frase que é de João Cabral de Melo Neto se não me engano...

"escrever é 10% inspiração, 90% transpiração"

além disso... o último conto gerou algumas críticas quanto a minha velocidade pra fazer meus textos...

resolvi então fazer um conto transpirado... então fui raciocinar na coisa...
"Geralmente, costumo me dar bem na função metalinguística... então vou começar falando de como escrevo e... calma aí!"

aí me veio uma epifania! (do grego epi "acima de" e fanos "luz" significa superar a sua mente... sua luz... um "insight") meus contos são, geralmente, inspirados no meu cotidiano... e, principalmente agora, meu cotidiano é composto de bastante transpiração... dedicação, análise... e se eu semrpe achei que não tinha inspiração o bastante... só perco 10% do aproveitamento máximo de um texto... entãoa transpiração está na raiz dos meus textos!

pode ser uma grande desculpa de preguiçoso... mas aí vai o conto:

"não sei... precisa de algo pra dissipar mais energia..." disse Téo olhando pro circuito
"como assim Téo?! Cê tá ficando LOUCO?!" disse Carlos ironizando depois "deixar a energia dentro é bom. Imagina quantas pessoas procuram sentimento na vida delas! O sentimento é necessário... Hahahahahaha!"

"tá bom! tá bom! mas sentimento é a essência... emoção não extravasada pode dar errado... sei lá... assim como esse circuito... esses elétrons circulando aqui dentro, e só uma lâmpada... uma resistência... tanta conversa... é como se você só se expressasse com a fala..."

"cala a boca! você não sabe do que fala! tá ótimo... é pra testar a bateria... acendeu a luzinha verde e pumba!!!"
De repente, Pumba! o circuito começou a pegar fogo...

"aaaa! Fogo! Téo!!!! FOGO!!!! olha minha roupa Téo! Olha!!!"
"Calma Carlos! o extintor tá alí... já vou pegar..."
" que mané calma! eu to pegando fogo seu imbecil! você não liga pros amigos! IMBECIL!!"
"Carlos! você não me deixa apagar o fogo... para de se mexer!!"

Mas Carlos não parou de se mecher e, desesperado, foi consumido pelas chamas... Téo, com tristeza e respeito, terminou a pesquisa em homenagem a seu amigo Carlos... a bateria ganhou seu nome. Ela gerava tanta energia que havia uma versão com uma lâmpada, que por falta de nome... os usuários botaram o nome Téo... O engraçado é que Téo passou a sempre dispersar a energia de Carlos... fez sucesso a energia que a bateria gerava... ninguém nem lembrava da lâmpada... mas a luzinha verde dá segurança e um toque especial pra obra...

27/01/2008

hoje a noite não tem luar... 1a parte...

"ela passou do meu lado..." mas foi pra uma outra mesa...

alguns dias depois o menino toma coragem de puxar assunto... e a coisa funciona muito bem... tem coisas em comum q todo mundo precisa de assunto em comum... mas tem coisas q são opostas... um dia depois, à tarde... a primeira parte da música tem seu fim feliz...

o menino chega em casa... e, olhando pro celular e prum bloco de papel em sua mão, vendo sse escrevia ou não nele... recebe um bolo de presente... bem amargo... mas ele tem de comer...

depois do bolo... ele escreve no bloco... como se fosse num filme de amor e morte... um número, um nome e um comentário... como usual... como sempre termina... aquela inha sio sóa primeira parte...

09/01/2008

Autorama

alguem já viu uma pista de autorama? pergunta idiota... todo mundo já viu uma pista de autorama... quem nunca apertou aquele botãozinho e viu o seu carrinho fazer um oito... tentar ir mais rápido e acabar descarrilhando... enfim... agora eu vou reduzir o grupo de "sim"s...

todo mundo sabe que a pista de autorama tem dois trilhos... pra dois carrinhos... quem já pôs mais ok... mas eu acho que o resultado não deve ser agradável... enfim... aí vai a pergunta... alguém já viu uma pista onde os trilhos dela se cruzam? assim, fazem um X... aí fica-se morrendo de medo por que os carrinhos podem bater... pelo menos eu ficava. Eu era novo... peguem leve...

Enfim... eu fico imaginando um autorama numa chácara qualquer e crianças brincando... quando os carrinhos se cruzam... o que será que eles sentiriam (se sentissem algo... não sou tão imbecil) eles se aproximam, quase batem, jogam rpg e tudo mais (piadinha infeliz e sem graça...), pra seguir caminhos paralelos, separados de novo. E do nada eles se encontram de novo! Ninguém viu o quão legal é isso? Ninguém pergunta pros carrinhos se eles querem ficar lá... só apertam o botão e deixam a corrente elétrca empurrar os carrinhos... qual será o risco de um carrinho, num encontro desses, mudar de pista no X? e ser puxado pra uma linha de história coincidente com o outro carrinho... digo... a mesma linha! Não mais histórias paralelas... É isso.

Compartilho com vocês essa minha experiência de infância...

Sem mais

Rodrigo